INFÂNCIA – emoções e personalidade

Estamos em contato com as nossas emoções o tempo todo. Percebemos a todo momento as nossas emoções? E a do outro?

 

Nossa face e linguagem corporal emitem pistas do nosso estado emocional. Reconhecer esses sinais é fundamental nas relações interpessoais.

 

O nosso estado interno reflete no externo sem nenhum controle racional, há um vazamento da verdadeira emoção.

 

Através dessa percepção podemos escolher entre nos aproximar, afastar, acolher, limitar, entre tantos outros comportamentos que são ativados nessa interação, quando traduzimos o que a comunicação não verbal do outro nos diz.

 

As crianças aprendem essas respostas emocionais no círculo que está inserida, como uma imitação de conduta. Se o ambiente em que está inserida é constatado um déficit emocional, se está desamparada emocionalmente ela pode apresentar dificuldade de captar e expressar suas emoções.

 

Desde o nascimento a criança já diferencia estímulos agradáveis e desagradáveis e ativa o comportamento necessário diante desses gatilhos. Essa resposta ocorre como uma orquestra do indivíduo, seu corpo, sua face, paralinguagem e comportamento se alinham para lidar com a situação.

 

Por isso é importante na infância nomear a emoção, a criança assimila e identifica como se sente e aprende os manejos para lidar com isso. Uma criança negligenciada na infância sofre muitos danos de desenvolvimento, mas uma criança completamente atendida de forma sufocante também apresenta alguns danos.

 

A percepção do ambiente, do outro, do todo faz a diferença em qualquer interação. A mãe que sorri para o seu bebê sem falar nada emite a ele a mensagem positiva da interação.

 

Uma mãe apática gera danos na relação com o bebê, são comportamentos do dia a dia que enriquecem essa interação e refletem diretamente na vida adulta. O feedback facial é um importante canal de comunicação entre mãe e bebê.

 

Segundo Winnicott, ele traz o termo “mãe suficientemente boa”, para retratar a mãe que exerce em sua relação com o filho qualidades como: apoio, proteção e aceitação. Nos primeiros meses de vida a figura materna tem três funções dentro desse contexto:

 

  • Handling: manejo
  • Apresentação dos objetos
  • Holding: manter, segurar, conter, resistir. É uma das funções que colabora para a edificação da personalidade, que interfere em todas as relações que o indivíduo terá ao longo da vida e com o meio.

 

O olhar é uma das ações mais importantes nesse processo de holding, o bebê ainda está na relação que a ” mãe se faz de espelho”. Um olhar cuidadoso, que está atento ficará marcado na criança como um símbolo de importância e confiança no outro.

 

Como as expressões faciais são importantes desde o início da vida, nas primeiras relações. Quando o bebê ainda não tem a capacidade de elaborar, mas consegue através do olhar se sentir seguro.

 

 

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TRANSTORNO DE CONDUTA

Transtorno de conduta

Uma criança de aproximadamente dois a três anos pode apresentar superficialidade das emoções, falta de empatia, temperamento forte e irritabilidade. Apesar da personalidade de uma criança não estar totalmente formada, o temperamento já é possível ser identificado.

Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria aproximadamente 3,4% das crianças apresentam questões de conduta como mentir, brigar, desrespeitar e em alguns casos até furtar. Isso não significa que na vida adulta será uma psicopata, afinal a criança ainda não desenvolveu o pensamento reflexivo, no início da vida ela se utiliza de seus instintos.

Mas podemos ficar atento a sinais:

  1. Maus-tratos a animais

  2. Atitudes hostis com irmãos

  3. Manipulação dos pais

  4. Mentiras constantes

  5. Impulsividade e irritabilidade- com acessos de fúria soas

  6. Ausência de medo

  7. Colocar-se em situações de risco

  8. Brincar com fogo e queimar coisas 

Quando se verifica  a impossibilidade de  desenvolver sentimentos nobres como a empatia, alinhado a falta limite dos pais quando a criança apresenta comportamentos perversos em seu círculo social. Muitos pais argumentam “…mas é apenas uma criança!…”. Até como uma defesa emocional ou até mesmo a “vista grossa”, muitos pais deixam de dar importância a esse tipo de comportamento violento.

No Brasil as crianças com esse tipo de comportamento perverso são diagnosticadas com “transtorno de conduta” e não recebem qualquer punição. No Brasil teve um caso em Santa Catarina em 2004, onde uma criança de 11 anos assassinou um menino de 6 anos.

Ana Beatriz Barbosa Silva, psiquiatra, diz que crianças e adolescentes com esse distúrbio costumam estar ligadas diretamente aos casos mais graves de bullying. “…É típico do jovem com transtorno de conduta saber mentir e manipular para que os outros levem a culpa…”.

Um caso famoso foi o de James Bulger- em 1993, Jon Venables e Robert Thompson que tinham 10 anos levaram o pequeno James para fora de um açougue, eles abusaram sexualmente dele, jogaram tinta em seu olho promovendo uma tortura  e ele sofreu um espancamento com uma barra de ferro com mais de 40 golpes. Após assassinarem James eles jogaram o corpo nos trilhos de um trem.

James

Jon Venables e

Robert Thompson