Pensamento e suas alterações

As principais alterações do curso do pensamento são a aceleração, a lentificação, o bloqueio e o roubo do pensamento;

Aceleração do pensamento – O pensamento ocorre de forma muito acelerada, com uma ideia se sucedendo à outra rapidamente, podendo até ser difícil acompanhar o ritmo.

Algumas patologias podem desencadear essa aceleração como quadros de mania, esquizofrenia, ansiedade intensa, psicoses tóxicas e depressão ansiosa.

Lentificação do pensamento– o pensamento avança de forma lenta e apresenta dificuldade. Podemos observar uma latência entre estímulo e respostas. Pode estar presente em indivíduos deprimidos e intoxicações (sedação).

Bloqueio ou interceptação do pensamento- acontece no decorrer do relato, de forma brusca e repentinamente interrompe seu pensamento, sem qualquer motivo aparente ou estímulo aparente. Essa alteração é bem observada em quadros de esquizofrenia.

Roubo do pensamento- se trata de uma vivência, frequentemente associada ao bloqueio do pensamento, a pessoa tem a sensação de que seu pensamento foi roubado de sua mente, por uma força, etc. Também muito comum em quadros de esquizofrenia.

Na fuga de ideias, as associações entre as palavras deixam de seguir uma lógica ou finalidade do pensamento e passam a ocorrer por assonância como amor, flor e as ideias se associam pela presença de estímulos externos como pessoas, características do ambiente ou ruídos.

Alterações formais do pensamento já incluem uma outra visão segundo Nancy Andreasen (1979), elas são divididas em negativas, positivas ou desorganizadas;

Alterações negativas demonstram pobreza do discurso, conteúdo do pensamento e bloqueio.

Alterações positivas incluem pressão para falar, usa palavras em excesso para expressar-se.

Alterações desorganizadas se trata de perda do pensamento objetivo, descarrilhamento (pensamento passa a extraviar-se de seu curso normal), pensamento, incoerência e sem lógica.

 

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VIÉS DE CONFIRMAÇÃO X VIÉS DE SALTO

Foi o psicólogo Peter Wason que registrou em 1960 a tendência da mente humana de interpretar informações seletivamente.

O viés de confirmação diz respeito à uma busca ativa e seletiva para confirmar uma hipótese do indivíduo.

Mesmo que seja algo irreal ou sem fundamento e sem observar com cuidado a realidade.

É muito comum a distorção inconsciente da realidade para confirmar o raciocínio inicial.

Já o viés de salto para as conclusões acontece quando o indivíduo chega a conclusões apressadas, sem base na evidência que se apresenta, então, cria uma certeza incongruente com o fato.

Esse indivíduo cria crenças preconceituosas, sociais ou pessoais, que se mantém de forma insistente.

A pessoa chega em conclusões injustificáveis que pode gerar muitos conflitos e também prejuízo a própria imagem.

As conclusões “precipitadas” podem ser;

  • Suposição: baseado em suas crenças, conhecimento e vivência.
  • Extrapolação: Com base em um detalhe, tomar uma grande decisão.
  • Observação de inferência: ver algo e rotular o outro apenas com uma observação isolada.
  • Ler a mente do outro: Achar que sabe o que o outro está pensando.
  • Generalização: Usar uma crença e aplicar a tudo.
  • Adivinhação: presumir o futuro.

O viés pode alterar a maneira como você processa as informações e desencadear em tomada de decisão errada em várias áreas da vida.

Por que isso ocorre?

Porque usamos atalhos mentais, chamados heurísticas, que aumentam a velocidade de nossos processos de julgamento e tomada de decisão, reduzindo a sua precisão.

Isso pode ser problemático quando a “heurística” está aplicada de forma errada.

 

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Transtorno da personalidade Narcisista

Segundo o DSM-5, os Transtornos de Personalidade podem ser agrupados em três grandes subgrupos:

a) padrão: esquisitos e/ou desconfiados;
b) padrão: instáveis e/ou manipuladores e/ou centro das atenções; e
c) padrão: ansiosos e/ou controlados-controladores.

No Transtorno de Personalidade narcisista que pertence ao grupo B, podemos observar um padrão de comportamento no qual predominam a necessidade de admiração, grandiosidade e a falta de empatia.

Segundo o DSM5 deve ter pelo menos cinco dos aspectos abaixo:

  1. O indivíduo apresenta senso grandioso da própria importância. Julga ter talentos especiais e espera ser reconhecido como superior sem que tenha feito algo concreto para isso.
  2. É muito voltado para fantasias de grande sucesso pessoal, de poder ou de um amor ideal.
  3. Acha-se excepcionalmente “especial” e “único”.
  4. Busca admiração excessiva
  5. Apresenta expectativas irracionais de tratamento especial, sentimentos de ter “direitos”.
  6. Tende a ser “explorador” nas relações interpessoais, buscando vantagens sobre os outros para atingir seu fim ou sucesso pessoal.
  7. Sem empatia, reluta em reconhecer os sentimentos e as necessidades das pessoas.
  8. Frequentemente invejoso dos outros ou do sucesso alheio; acha sempre que os outros têm inveja dele.
  9. É frequentemente arrogante nos seus comportamentos e atitudes.

 

** Obs.: Não está na CID-11 como Transtorno de Personalidade**

 

Vale a pena conferir o relato de uma vítima do relacionamento com um narcisista

https://www.youtube.com/watch?v=-0cyYW2wy_o&t=22s

Cutting

Nossa vida em sociedade está ligada a encontros. Trocamos emoções, opiniões, críticas o tempo todo com as pessoas que nos cercam, mas quando estamos diante de pessoas que praticam o cutting geralmente nos deparamos com indivíduo que fogem desses encontros.

 

A automutilação é a forma encontrada para “gritar”, “comunicar”, “aliviar dor e sofrimento” de forma silenciosa e “escondida”. Apesar desse ato representar um momento de escassez de palavras e ausência de escuta, o cutting representa que há algo em excesso ali, desencadeando esse comportamento.

 

A pessoa se corta para reduzir e aliviar o sofrimento e dor psíquica, ao se cortar é liberado endorfina pelo corpo para o alívio provocado pelo corte e, a pessoa sente alívio em sua dor emocional, assim, associa o cutting a um alívio do seu sofrimento.

 

Torna-se um ciclo vicioso que pode perdurar por anos. O atendimento deve ser multiprofissional para atender o indivíduo em todas as suas demandas.

 

Segundo Menininger (1934) a automutilação pode decorrer de sentimento de culpa, autoerotismo (prazer obtido através da dor) ou a necessidade de expiação, uma forma de compensar comportamento e pensamentos de conteúdos agressivos e sexuais.

 

Em uma visão da psicanálise a automutilação está ligada a castração.

 

Como é o perfil da pessoa que pratica o cutting? Em sua maioria são indivíduos superficiais socialmente, mantém distanciamento, são retraídos, introspectivos e não concedem acesso a sua intimidade. São instáveis e deprimidos, mas pode demonstrar alegria e descontração como uma máscara social, mas sem promover grande intimidade nessas relações. São resistentes ao contato físico, principalmente ao toque e dificilmente pedem ajuda.

 

Dentre os comportamentos de automutilação, o mais frequente é o corte, um ato silencioso!

 

Geralmente esses cortes são feitos de forma a não ficar visível, mas a face pode ser detectada, diante de uma tristeza ou raiva intensa.

 

Aprenda a desvendar o comportamento humano.

 

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As cinco feridas da infância

Cinco feridas da infância

Algumas feridas emocionais na infância refletem diretamente na vida adulta. Podemos constatar seus resultados nos comportamentos.

 

Há cinco feridas que podemos perceber as consequências no comportamento do adulto em seu dia a dia, em pequenos detalhes.

 

A família é o primeiro convívio social da criança, e seu desenvolvimento é vinculado as experiência que ela vivencia nesse ambiente, logo, essas vivências caminham com ela durante a sua vida, são memórias afetivas importantes que influenciam em suas atitudes, comportamento e tomada de decisão.

 

Abandono: crianças que vivenciaram o abandono tende a se tornar um adulto que abandona projetos, relacionamentos por medo de ser abandonado.

 

Rejeição: geralmente se tornam adultos mais esquivos socialmente e buscam aceitação de pessoas importantes para ele. É comum em pessoas que viveram a rejeição ao entrar em um local, buscar o viés de confirmação.

 

Humilhação: pode desencadear uma personalidade dependente ou um adulto tirano e egoísta em algumas situações.

 

Traição: o adulto pode se mostrar controlador e desconfiado em seus relacionamentos, o sentimento de posse é bem presente.

 

Injustiça:  surge de ambientes onde os cuidadores são frios e autoritários, pode desencadear um adulto com dificuldade de tomar decisões com confiança.

 

Quantas vezes nos deparamos com pessoas “difíceis” de lidar. Quando saímos da superfície do olhar podemos compreender o motivo de muitos comportamentos com uma nova perspectiva, com um olhar de empatia.

 

Identificar a verdadeira emoção na face te auxilia a ter um olhar mais profundo sobre o outro. Confira nossa programação.

 

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O SUPEREGO e as emoções

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É o terceiro sistema a se desenvolver. Representa os valores internos. Ele se forma na infância através de recompensas e punições. Se trata da força moral da personalidade.

 

O Superego representa mais o ideal do que o real, ele busca se alinhar, sua principal demanda está ligada ao que é certo ou errado, como um árbitro moral, para executar uma ação.

 

Ele trabalha com dois subsistemas- punição e recompensa:

  • Punição: o que é impróprio, causa punição  e é incorporado na consciência.
  • Ideal de ego: o que é aprovado, ligado a recompensa e essa incorporação é chamada de introjeção, onde a criança introjeta os valores morais.

 

Quais são as principais funções do Superego?

  1. Inibir os impulsos do Id.
  2. Persuadir o ego a substituir ações realistas por ações moralistas.
  3. Buscar a perfeição.

 

O ego ele adia a satisfação do id, enquanto o superego, se aquilo for contrário a seus valores deseja bloquear definitivamente.

 

O Superego está ligado diretamente ao sentimento de culpa através da punição na formação de valores, onde é incorporado na consciência que aquilo é errado. Então, o superego deve a todo momento alinhar o reconhecimento das emoções, desejos, necessidades e ações aos valores morais, ele é o responsável pela raiva pré-ataque não se transformar em um ataque de fato.

 

Todas as instâncias estão intimamente ligadas a como expressamos nossas emoções, seja na busca de uma satisfação, na busca de um comportamento adequado para sanar a necessidade ou até mesmo o bloqueio de uma ação impulsionada por uma emoção.

 

As três instâncias trabalham juntas:

  1. Id é o componente biológico
  2. Ego é o componente psicológico
  3. Superego é o componente social.

 

 

 

 

 

 

O EGO e o papel das emoções

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Essa instância passa a se formar porque precisa dar demanda as necessidades do Id com o mundo objetivo da realidade.

 

O Ego faz a distinção do mundo subjetivo com o mundo real. O ego obedece ao Princípio da Realidade e opera através do processo secundário. Ele evita a descarga da tensão até encontrar um objeto apropriado. O Princípio da Realidade “suspende” por um tempo o Princípio do Prazer.

 

Isso ocorre porque o Princípio da Realidade busca a informação se o objeto real ou não, enquanto o Princípio do Prazer se é prazeroso ou doloroso. Esse processo secundário é o pensamento realista– o ego faz um plano para satisfazer a necessidade e depois executa a ação.

 

O ego desempenha esse papel porque tem o controle e aciona as funções cognitivas e intelectuais. Ele analisa o ambiente, se o instinto será satisfeito ou não e como isso vai ocorrer, qual a ação necessária.

 

Outra função do Ego é integrar as demandas do Id e o Superego, o que não se trata de uma função fácil e, por vezes muito desgastante porque é uma relação na maioria das vezes conflitante.

 

O ego é a parte organizada do Id, onde a função é satisfazer seus desejos e necessidades e não frustrá-lo.

 

Se o ego tem a função de mediar os conflitos do id com o ambiente e, busca através das funções cognitivas e intelectuais dar uma saída para esse desejo/necessidade, o ego deve considerar a realidade externa para verificar se é possível sanar esse instinto.

 

Se um indivíduo sente medo, ele deve verificar a possibilidade de lutar ou fugir, de acordo com a realidade que se apresenta a sua volta, mas com a pressão do id para reduzir aquela tensão. O ego vivencia a emoção e deve dar o comando do comportamento, sinalizar para onde ir, como atuar… mas para isso, ele deve considerar o terceiro sistema: SUPEREGO.

ID e o papel das emoções

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A personalidade é constituída por três grandes sistemas: id, ego e o Superego. Cada sistema é um, mas se relacionam de forma estreita e o comportamento é quase sempre o resultado dessa interação. É muito difícil que um sistema opere sozinho e exclua os outros dois.

 

O ID é o sistema original, é dele que se origina o Ego e o Superego. É nele que se encontra toda a energia psíquica que também é direcionada para os outros dois sistemas. Segundo Freud (1966) ele chamou o Id de ” a verdadeira realidade psíquica“.

 

O Id não tolera alta carga de tensão, ele busca descarregar essa tensão para que o organismo volte a um estado confortável. Isso é feito pelo Princípio do Prazer. O Id busca evitar a dor e a busca do prazer, para isso, ele utiliza de dois processos;

 

  1. Ações reflexas: que se trata de reações inatas e automáticas para reduzir a tensão, como espirrar, tossir, etc.
  2. Processo primário:  já é um processo um pouco mais complexo, porque forma uma imagem/objeto para diminuir a tensão, essa experiência é chamada de realização de desejo.

 

Como o comportamento é resultado dessa interação, quando o id está com uma tensão intensa,  o instinto possui uma fonte somática o desejo/necessidade vai motivar o comportamento. Esse instinto vai impulsionar o comportamento e a direção da ação.

 

Os instintos internos fazem mais exigências que o instintos externos, então a carga emocional está vinculada ao Id, em relação a sua intensidade e fonte de energia psíquica.

 

As emoções são influenciadas pelos instintos de vida e morte? Nossas emoções estão presentes em nossas relações do dia a dia, na interação. A dinâmica da personalidade em relação ao deslocamento da energia psíquica é fundamental para esse controle da tensão do Id. A energia se desloca diante de novas necessidades, novas situações, onde o foco muda de objeto.

 

 

Podemos concluir que o processo primário por si só não consegue reduzir a tensão então, é desenvolvido um novo processo psicológico- secundário.

 

Começa a se formar o segundo sistema; EGO.