VIÉS DE CONFIRMAÇÃO X VIÉS DE SALTO

Foi o psicólogo Peter Wason que registrou em 1960 a tendência da mente humana de interpretar informações seletivamente.

O viés de confirmação diz respeito à uma busca ativa e seletiva para confirmar uma hipótese do indivíduo.

Mesmo que seja algo irreal ou sem fundamento e sem observar com cuidado a realidade.

É muito comum a distorção inconsciente da realidade para confirmar o raciocínio inicial.

Já o viés de salto para as conclusões acontece quando o indivíduo chega a conclusões apressadas, sem base na evidência que se apresenta, então, cria uma certeza incongruente com o fato.

Esse indivíduo cria crenças preconceituosas, sociais ou pessoais, que se mantém de forma insistente.

A pessoa chega em conclusões injustificáveis que pode gerar muitos conflitos e também prejuízo a própria imagem.

As conclusões “precipitadas” podem ser;

  • Suposição: baseado em suas crenças, conhecimento e vivência.
  • Extrapolação: Com base em um detalhe, tomar uma grande decisão.
  • Observação de inferência: ver algo e rotular o outro apenas com uma observação isolada.
  • Ler a mente do outro: Achar que sabe o que o outro está pensando.
  • Generalização: Usar uma crença e aplicar a tudo.
  • Adivinhação: presumir o futuro.

O viés pode alterar a maneira como você processa as informações e desencadear em tomada de decisão errada em várias áreas da vida.

Por que isso ocorre?

Porque usamos atalhos mentais, chamados heurísticas, que aumentam a velocidade de nossos processos de julgamento e tomada de decisão, reduzindo a sua precisão.

Isso pode ser problemático quando a “heurística” está aplicada de forma errada.

 

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O papel das emoções na investigação

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Diante de uma situação de estresse o indivíduo tende a aflorar os instintos e isso reflete diretamente no comportamento. Os instintos sempre deixam vestígios, sinais que pode ser detectado na face, corpo e paralinguagem.

 

Segundo Navarro (2008), o comportamento sempre emite uma informação, ela revela o verdadeiro estado emocional da pessoa.

 

No contexto de uma entrevista/interrogatório estabelecer um rapport cria uma ambiente favorável para a coleta de informações.

 

Na maioria dessas ocasiões o que se busca é verificar a veracidade do discurso. Algumas mentiras são inseridas em nosso dia a dia como “convenções sociais”, para que a pessoa se relacione melhor com o meio.

 

Mas há mentiras que são intencionais e pode ocorrer através da omissão, geralmente proporciona mais segurança ao mentiroso, é uma mentira menos trabalhada, requer menor esforço. E há mentiras que são fabricadas, essa exige do mentiroso uma maior articulação verbal e ele corre mais risco de ser pego.

 

A demanda fisiológica está no Sistema Nervoso Autônomo, então, nossas respostas fisiológicas surge diante de uma ameaça, como por exemplo, a resposta “fight or flight”onde o corpo se prepara para a luta ou fuga.

 

Segundo Navarro; Karlins (2008), o primeiro comportamento de defesa diante de uma ameaça é a síndrome de “freeze/hide”, quando o indivíduo fica paralisado, entre os animais, podemos constatar que alguns se fingem de morto para escapar do seu predador.

 

Já no corpo humano podemos notar algumas reações como prender a respiração, exposição física diminuída, efeito tartaruga, etc. Durante interrogatórios/entrevistas comportamentos definidos como “flight” ocorrem com frequência diante de um estresse, ações de bloqueio como coçar/fechar os olhos, cobrir a face com a mãe, postura de esquiva, barreiras físicas, etc.

 

Esses comportamentos não apresenta isoladamente um indício de mentira, mas indicam um desconforto e uma ação de distanciamento. Podemos inserir também gestos pacificadores/adaptadores, que tem a função de acalmar, confortar o próprio indivíduo em momentos difíceis.

 

Para dar escape ao instinto de lutar, fugir ou esconder-se o indivíduo fica em meio a um conflito, e em meio a esse conflito é que as pistas não verbais estão visíveis com uma maior intensidade.

 

A face é o maior canal de comunicação, segundo Ekman e Friesen (2003), há quatro tipo de vazamento de mentira : morfologia da face, tempo da expressão, localização da expressão e a micro expressão facial (deve-se considerar o contexto pelo entrevistador).

 

As emoções pode funcionar como um impulso ou bloqueio em uma investigação. Ela pode se levantar como uma barreira intransponível se o investigador não tiver a percepção do que ocorre com quem está a sua frente. Como citado no livro a Arte da Guerra:

“Quando cercar o inimigo, deixe uma saída para ele, caso contrário, ele lutará até a morte.”

 

Identificar as emoções na face é uma competência que pode ser desenvolvida e utilizada de forma responsável e ética.

 

 

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A MENTIRA NO DIA A DIA

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A mentira é um componente intrínseco das relações interpessoais. Apesar de aceitável e até desejável em algumas situações sociais, e em outras ocasiões ela pode causar consequências negativas.

Pode-se ainda utilizar estas duas modalidades juntas para que a mentira tenha um melhor efeito, porém de acordo com Ekman, o mentiroso prefere ocultar a verdade a mentir porque desta maneira as retificações são jeito mais fáceis e a possibilidade de acusação é menor. Neste caso, dizendo apenas que se esqueceu de algumas informações.

 

Você sabia que o cérebro não aceita a mentira?

Quando uma pessoa mente, para o cérebro, negando uma verdade. Portanto sempre dará indícios de mentira e será denunciado pelo cérebro.

Quando  está negando a verdade, o cérebro é obrigado a trabalhar duas ou três vezes mais para achar uma resposta falsa para aquela ocasião.

 

Os indícios que podem denunciar o mentiroso ou a mentira presente naquele momento, pode ocorrer uma  mudança no comportamento, rigidez ou curva para baixo do ombro, indicando desânimo ou culpa, frequência do piscar de olhos,  posição das mãos e das pernas, uso das sobrancelhas para dar ênfase, pausas na conversa para enrolar o ouvinte ou mesmo a vítima para ganhar tempo.

 

Segundo Ekman, o mentiroso é “uma pessoa que tem o propósito deliberado de enganar a outra sem notificá-la previamente desse propósito nem ter sido requerida de forma explicita a colocar em prática pelo destinatário”.

 

Qual o papel da mentira no dia a dia?

Há diversos motivos para se contar uma mentira. Seja para obter uma vantagem, para se proteger, para proteger o outro, para omitir algo, enfim, diversos motivos levam as pessoas a contarem aquela mentirinha.

Seja qual for o motivo, a mentira vaza no comportamento não verbal.

E você? Identifica a veracidade em um discurso?

https://youtu.be/jgxJULVJlyQ