PROXÊMICA

proxemica

A proxêmica pode causar regulação ou conflito nas interações.

Altman (1975) determina três tipos de territórios;

  1. Primário – são os ambientes mais restritos, considerados familiares que incluem objetos pessoais.
  2. Secundário – são mais propensos a conflitos, a noção de público e privado se confundem, a linha é muito tênue (bares, transportes, parques, etc.)
  3. Público – utilizamos temporariamente e não nos dá a sensação de pertencer, de propriedade.

Na área de investigação ou criminal profiling o responsável pela investigação geralmente se senta ao lado do investigado, sem dar a ele uma barreira física na interação que pode gerar uma fragilidade psicológica diante da invasão da proxêmica.

Já segundo Lyman e Scott (1967), podemos considerar três tipos de invasão;

  1. Violação – quando a pessoa manifesta um comportamento que ultrapassa o limite da individualidade, como encarar alguém, ocupar dois assentos, som alto em ambiente de estudo, etc.
  2. Invasão –  se trata de algo mais efetivo e concreto, ações que invadem fisicamente o ambiente do outro.
  3. Contaminação – o que encontramos no ambiente, algo que foi deixado, como um rastro de que o local foi utilizado (quando alguém utiliza sua mesa de trabalho e deixa algum objeto dela).

Essas situações consideradas como violações sempre evocam uma defesa. Podemos prevenir (marcar o território) ou reagir ( isso está ligado diretamente ao comportamento como alteração de voz, olhar, postura, etc).

Essas violações tampem provocam ações como afastamento e aproximação, interferindo diretamente na relação interpessoal.

Na IBMEF trabalhos com a proxêmica considerando;

  • 15 – 50 cm / Zona íntima
  • 50 – 120 cm / Zona Pessoal
  • 1,2 – 3 m / Zona Social
  • 3m – 8m / Zona Pública

Quando percebemos alguém a nossa frente que não se mostra muito amigável, tendemos a esquivar da situação, em contrapartida, quando buscamos a aceitação do outro tendemos a diminuir a distância física.

O AMBIENTE INTERFERE NA COMUNICAÇÃO

comunicacao

O ambiente que estamos inseridos causa interferência na nossa comunicação. Todo encontro gera uma alteração emocional.

Em ambientes formais geralmente nos comportamos menos relaxados, ficamos mais hesitante. Quando nos sentimos mais acolhidos no ambiente a nossa comunicação e comportamento fluí de forma mais relaxada. Se estamos diante de uma situação mais delicada o ambiente privado nos proporciona uma comunicação mais próxima, de confiabilidade. Já os ambientes familiares dispensam rituais de comunicação e comportamento, é uma comunicação com menos defesa e preocupação.

Se o indivíduo está inserido em um ambiente que causa constrangimento o comportamento pode desencadear em uma esquiva. A exposição limita a comunicação, se a pessoa está em um ambiente menor com pessoas que lhe são distantes, geralmente ocorre a interrupção da comunicação.

O tempo mesmo sendo algo intangível também interfere na comunicação, ele adjetiva o outro através de seus comportamentos; atrasado, pontual, fala muito, etc. Da mesma forma o timing faz a diferença quando o silêncio ocorre no momento certo, o abraço, etc.

Intervalos na comunicação pode expressar diferentes interpretações de acordo com o contexto, pode indicar desinteresse, discordância, etc.

Dentre todos esses elementos que interferem na comunicação e comportamento, a maior influência sem dúvida nenhuma é o outro que está presente no ambiente. Se a pessoa em questão tem um papel passivo ou ativo naquele cenário, se o conteúdo da informação é sigiloso e será exposto. Em uma comunicação os únicos indivíduos ativos são os interlocutores.

Os sons interferem na comunicação, pode gerar grande incômodo já que algumas pessoas são mais suscetíveis aos ruídos. Da mesma forma, a iluminação interfere também, por exemplo, uma luz mais baixa, pode indicar uma maior intimidade aos envolvidos.

A mudança de objetos e local pode interferir, pode desencadear uma inibição/barreira na comunicação, principalmente no setting terapêutico.

RELACIONAMENTO ABUSIVO

relacionamento abusivo

O relacionamento abusivo não surge de um momento para outro, ele acontece de forma sutil, gradual no dia a dia, ocorre de forma camuflada.

O abusador valida seus comportamentos como se fosse positivo ao abusado, ele vai se instalando como um pilar. Em muitos casos, a violência é silenciosa, porém, suas raízes são extremamente profundas. É muito difícil reconhecer quando estamos em um relacionamento tóxico

Pessoas tóxicas estão presentes na sociedade, em todos os tipos de relação. Como perceber que estamos nos relacionando com esse tipo de pessoa? Um dos sinais mais claros em relações familiares é quando nos sentimos “obrigados” a algo e não quando desejamos.

Como seu início é sutil, muitas vezes o abusado se questiona se está ocorrendo de fato um abuso. Busca-se desculpa para a atitude do outro como; …ele é imaturo, está passando por um momento difícil, sua família é desestruturada, se preocupa muito comigo…”.

O abuso emocional pode ocorrer através de coações, ameaças, intimidação, abuso econômico, isolamento, depreciação, controle excessivo, etc. Em muitos relatos, um simples olhar / gesto já é um abuso.

Existem alguns sinais que devem ser considerados:

  1. Críticas: apontam defeitos, falhas ou diante de qualquer quesito que deixe a pessoa vulnerável.
  2. Indiferença: os sentimentos, desejos, sonhos, objetivos não são levados em consideração.
  3. Culpa: tudo que ocorre a culpa é direcionada.
  4. Sarcasmo: desmerecer o outro através do sarcasmo.
  5. Limites: não respeita o limite da individualidade do outro.
  6. Afeto: usado como reforço negativo e positivo, em muitos casos uma ferramenta de punição.
  7. Controle: o que fala, veste, aonde vai, etc.
  8. Autoestima: comparações depreciativas.
  9. Isolamento: Busca isolar para fragilizar.
  10. Autoridade: em excesso, o outro não tem vez.

Em um relacionamento abusivo as repostas são instáveis, o que gera na vítima uma insegurança que faz com que ela se afunde cada vez mais nesse ciclo para buscar esse reforço positivo com maior frequência.

Existem vários tipos de abusadores, reconhecer os sinais te possibilita a acolher de forma efetiva as vítimas de relacionamentos tóxicos.

ELABORAÇÃO DO LUTO

luto

O luto está ligado a situações que o indivíduo tem que aceitar e fica impotente em relação as suas emoções. Seja a perda de alguém querido, rompimento de relacionamento, emprego, entre tantas outras situações que compõe nosso dia a dia. O choro é uma reação muito importante nesse processo, não deve ser suprimido.

Segundo Fillizolat há cinco etapas do luto:

  1. Negação: quando a realidade da perda ainda não pode ser encarada e a pessoa se protege dessas emoções intensas, ela nega a situação e não compreende.
  2. Raiva: reflete a frustração da perda, a indignação e se tiver oportunidade acusa o outro. Fica revivendo as emoções e pode apresentar sentimento de culpa.
  3. Negociar/Barganhar: faz promessas, tenta recuperar o que perdeu.
  4. Depressão: já está direcionado para a aceitação já que entendeu que não pode modifica-la. Nesse momento já não gasta mais energia, um momento de abatimento emocional.
  5. Aceitação: a pessoa conclui o luto, já está preparado para investir em novas relações ou projetos.

Esse processo leva a pessoa a se adaptar a nova realidade imposta, se ela não conseguir elaborar o luto pode surgir bloqueios emocionais. Durante esse processo a pessoa está fragilizada e o tempo do processo é individualizado, de acordo com a força do vínculo em relação a perda e personalidade.

Emoção + Cognição + Aprendizagem

micro OFICIAL

A emoção é o sinal de que algo significativo está ocorrendo com o indivíduo. A significância pode ser avaliada de acordo com a intensidade da emoção.

Ocorre uma alteração fisiológica que desencadeia um comportamento. Diante de algumas situações o comportamento pode ser de esquiva, aproximação, fuga, luta, confronto, etc.

Essa sinalização não ocorre só de maneira interna, mas é exteriorizado na face e corpo. Os sentimentos derivam das emoções e as mensagens sensoriais que recebemos no dia a dia indicam o viés de como percebemos as situações. A história de vida está intimamente ligada à forma como a pessoa responde as diversidades, alegrias e desafios do cotidiano.

O ambiente interfere de forma muito ativa na percepção das situações, por isso é fundamental considerar o contexto em que cada evento ocorre, para situações extremas, um simples estímulo pode ser um mobilizador para a pessoa.

Considerando o contexto em que a situação ocorre podemos observar que emoções distintas podem apresentar a mesma resposta comportamental. Por exemplo: o coração pode apresentar um aumento de ritmo quando estamos com raiva, mas em outras emoções o organismo pode apresentar essa reação como no medo ou alegria intensa.

A nossa resposta também está ligada a nossa memória, como falamos anteriormente, as nossas histórias de vida e, resultados bem sucedidos do nosso comportamento tende a se repetir, da mesma forma, evitamos comportamentos que trouxe uma resposta negativa.

Emoções /Sentimentos

A educação emocional está ligada ao reconhecimento da emoção, isso inclui em nomear o que se sente, assim podemos reconhecer as reações que temos em determinadas situações e agir com o comportamento adequado.

As emoções se tornam prejudiciais quando vai contra a aprendizagem da educação emocional, como ocorre no Transtorno de ansiedade, onde a emoção desencadeia o pensamento que gera o comportamento.

A face é o palco das emoções!

SETE EMOÇÕES UNIVERSAIS

Micro Expressão

Emoção Alegria – é uma emoção universal relacionada com o bem-estar e, resulta em sentimentos positivos. É uma emoção subjetiva claramente positiva, pois, provoca boas sensações nas pessoas que as experimentam. Na emoção de Alegria, ao vivenciar é rápido com pouca duração ao contrário da emoção de tristeza que ao vivenciar tem sua duração prolongada. Quando uma pessoa vivencia a emoção da alegria é gerado devido à liberação de substâncias químicas como dopamina e a noradrenalina.

Emoção Aversão/Nojo –  Paul Ekman descreve: “… um sentimento de aversão… por alguma coisa repulsiva que nos desperta uma repugnância. Saber de alguma coisa pode ser ofensivo no sabor ou cheiro, pode nos deixar com repugnância (…) podem não ser paladar, cheiros ou toques; a indicação deste pode provocar aversão como também as ações, a aparência das pessoas ou até mesmo as ideias”.

Emoção Raiva – envolve diversas experiências diferentes, existindo também um grande alcance de sentimentos gerados pela emoção da raiva. Que pode variar de ligeiramente irritante até a ira completa. Os sentimentos e ação que a emoção raiva provoca, podem muitas vezes, destruir ou abalar uma relação pessoal ou profissional. Nossa expressão facial ou tom de voz sugerem ao nosso alvo da raiva que estamos furiosos com alguma coisa. Como em outras emoções, a raiva possui poderosos sinais musculares na face e na voz, dando assim, aos outros a indicação e a informação de que há algum problema.

Emoção Desprezo –  Paul Ekman, descreve a emoção de desprezo da seguinte visão: “O desprezo é apenas experimentado em pessoas ou ações de pessoas, mas, não são gostos, cheiros ou toques, (…) podemos, contudo, sentir desprezo sobre pessoas que comam coisas desagradáveis e nesta emoção existe um elemento de condescendência sobre o objeto de desprezo”. Apesar de sentimos superiores a outra pessoa, quando sentimos desprezo, aqueles que ocupam uma posição subordinada pode sentir desprezo de seus superiores. As sensações sentidas durante a experiência de desprezo, não são necessariamente desagradáveis. O desprezo está ligado ao poder e ao estatuto! Os desprezos assim, como as outras emoções, variam em intensidade e força.

Emoção Medo – existem estudos realizados sobre o medo, do que sobre qualquer outra emoção. “O medo é um estado interno da pessoa, pois, este sente que há perigo, logo sente medo. É uma emoção associada ao perigo, que pode ser extremamente breve, mas também pode durar um longo período de tempo”. Podemos aprender a ter medo de quase tudo, porém, não podemos fazer quase nada quando sentimos medo, dependendo daquilo que aprendemos anteriormente sobre aquilo que nos protege da situação em que estamos envolvidos.

Emoção Surpresa – “A emoção da surpresa, é a mais sumária das emoções universais, durando apenas 1 segundo” – Professor Paul Ekman. A emoção da surpresa é uma experiência breve e inesperada. Acontece apenas no momento em que decorre a situação que nos surpreende e, depois disso acontecer, a surpresa pode ser substituída pelas outras seis emoções universais. Podendo também vivenciar sentimentos como: alivio vergonha, culpa remorso, etc.

Emoção de Tristeza – conforme  Paul Ekman, argumenta que existem tipos de perda que podem provocar a emoção da tristeza, como “a rejeição de um amigo (a), a perda de autoestima pelo fracasso de um objetivo falhado, a perda de um parente próximo, a perda da saúde, a perda de alguma parte do corpo ou função provocada por um acidente, ou doença e, também a perda de objetos considerados valiosos para a pessoa”. A tristeza provoca resignação e desespero assim, como desagrado, desilusão, desencorajamento, etc.

Marcos Roberto